Nos últimos anos temos ouvido falar sobre a pertinência do ensino das artes (educação visual, desenho ou mesmo geometria descritiva) e as opiniões são díspares, mesmo entre a comunidade docente. Para que servirá realmente o ensino artístico numa sociedade em que as ciências e as letras são dominantes? Serão mesmo necessárias as artes? Será o seu ensino uma perda de tempo e de dinheiro dos contribuintes? Na minha opinião, e como tentarei demonstrar a seguir, as artes são fundamentais em qualquer sociedade.
Há milhares de anos atrás os nossos antepassados sentiram necessidade de comunicar e decidiram faze-lo através de desenhos, riscos, pinceladas e dedadas nos mais variados suportes, mesmo antes de haver escrita. Será que o faziam porque tinham demasiado tempo livre ou porque faz parte da natureza humana ser criativo? As opiniões dividem-se sobre a função de muitas das pinturas e gravuras rupestres, uns falam sobre a sua função mágica, mas outros referem que o homem as realizava quando estava bem alimentado e que tinham acima de tudo uma função expressiva.
Tudo o que existe à nossa volta tem a “mão” de um artista, desde a simples cadeira até à confortável roupa que temos vestida. Então será assim tão supérfluo o ensino artístico? Será assim tão dramático um filho querer seguir artes?
Nos Estados Unidos da América o President’s Committee on the Arts and Humanities (1995) efectuou um relatório onde referia que o ensino das artes produzia um efeito benéfico na aprendizagem da totalidade das disciplinas. Este facto é um pouco discutível (Studio Thinking, 2007), mas a verdade é que muitas vezes se verifica esta tendência. Mas a questão de fundo é que os alunos das artes são tendencialmente mais tolerantes, humanamente mais ricos e mais interessados no mundo que os rodeia. Obviamente que nem todos os alunos de Educação Visual se vão tornar artistas plásticos, mas é importante que sejam futuros adultos ricos de espírito, de compreensão e que consigam usufruir da arte e da cultura em geral. Imaginemos como seria maravilhoso viver numa sociedade em que todos ouvíssemos Bartok ou contemplássemos Duchamp ou Hockney, ou ainda que assistíssemos e entendêssemos um bailado de Raimund Hoghe. As artes levam as crianças a estarem atentas à expressividade do ambiente, aos produtos da sua própria imaginação e a trabalhar os materiais de modo a que eles expressem e evoquem sentimentos (Eisner, 2002). Também no plano técnico o ensino das artes é fundamental, pois vai treinar a motricidade fina e ampla, o gesto, a ter a noção de espaço, a conhecer as cores e a sua aplicação, etc. Mesmo os alunos que não pretendam prosseguir os estudos têm necessidade de conhecimentos básicos de desenho, como o carpinteiro que desenha os móveis ou o pedreiro que precisa interpretar as plantas desenhadas pelo arquitecto. As nossas empresas cada vez mais têm a necessidade de inovar, para combater a concorrência dos países em vias de desenvolvimento, e para isso precisam de designers e artistas que criem novas soluções para produtos, embalagens, imagens de marca, etc. Até os cientistas precisam de artistas (escultores e pintores) que lhes façam modelos bi e tridimensionais das suas descobertas (ex. modelos de combinações atómicas). A arte é a representação, a ciência a explicação – da mesma realidade (H. Read, 1943).
Portanto as artes são um forte complemento das ciências e das letras, pois permitem aos alunos uma alocação de recursos/competências tais como: o trabalho de equipa, a pesquisa e a comunicação de informação, aprender a utilizar sistemas que se tornam gradualmente mais complexos e a utilizar tecnologias (J. Kendall, 1996).
Se chegamos à conclusão de que o ensino das artes é fundamental, devemos reflectir sobre a forma como nós, docentes, o ensinamos e como os pais/encarregados de educação pensam em relação a esse ensino. Tradicionalmente o ensino da Educação Visual centra-se num conjunto de exercícios, muitas vezes sem ligação entre si, que são impostos aos alunos, pois “os programas têm que ser cumpridos e os conteúdos dados”. Ora o programa de E. Visual é bastante vasto e flexível, o que permite aos docentes e alunos realizar actividades realmente motivantes, interessantes, com alguma relação com o mundo real e com os interesses individuais de cada aluno. Muitos de nós, professores das artes, preocupamo-nos com resultados (trabalhos bonitos e “bem feitinhos”), mas será isso o mais importante? Não deveria haver uma reflexão com os alunos sobre os trabalhos, de modo a que eles entendam o que estão a fazer e qual a sua aplicação? É relativamente fácil ensinar um aluno a criar pinturas ou desenhos bonitos que vão impressionar toda a comunidade escolar, pois existem métodos que nos permitem contornar as dificuldades técnicas. Mas a educação artística e a arte são algo mais do que resultados finais, têm a ver com reflexão e com o processo de trabalho. É importante ensinarmos os nossos alunos a pensar, senão os seus trabalhos não serão mais do que reproduções de uma ideia planificada pelo professor. Temos de “dar ferramentas” aos alunos para que eles sejam futuros adultos competentes, com individualidade e seres socialmente integrados e não estarmos apenas preocupados em cumprir programas.
Amiga Sara,
Esta exposição devo-a a ti. Muito obrigado pela tua amizade e por dizeres tão bem dos meus trabalhos e por estabeleceres tão bons contactos.
Visitem os trabalhos da Sara em http://tintasepinceis.blogs.sapo.pt/ . A Sara é uma pintora em grande ascenção, com muita qualidade, com muita força, vontade de trabalhar e modéstia. Tem tudo o que é preciso para ser um Grande Artista.
Caros amigos,
Podem visitar no próximo mês de Setembro uma série de exposições colectivas e individuais, onde estou representado.
Visitem o meu site em: www.miguelfazenda.com.sapo.pt
Aqui vai a lista:
CASTELO DE PORTO DE MÓS, de 21 de Agosto a 13 de Setembro
CONVENTO DE S. JOSÉ EM LAGOA ( Portimão). de 19 de Setembro a 21 de Outubro
GALERIA 74 (Porto), de 05 a 18 de Setembro
MUSEU REGIONAL DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS, de 05 a 30 de Setembro
Quero convidar todos os meus amigos e clientes estarem presentes na inauguração de uma exposição colectiva de pintura e escultura do Circulo Artístico e Cultural Artur Bual, na qual estou representado. Na quinta-feira, dia 16 de Julho de 2009, pelas 19:15h, na rua Miguel Bombarda nº133A, em Lisboa.
A inauguração será animada com um momento de poesia e música.
Artistas participantes: Miguel Fazenda, David Cara Nova, Fernanda Páscoa, José Leitão, Jorge Bandeira, Xicofran, Eduardo Nascimento, Carlos Andrade e José Eliseu.
Apareçam
Podem ver novos trabalhos de pintura na Galeria Capitel, em Leiria, de 20 a 29 de Junho de 2009. A inauguração é dia 20 às 17 horas, com um pequeno recital de piano com o pianista Vitor Manuel Moreira.
Apareçam
Caros amigos,
Podem visitar a minha exposição de pintura na Galeria Fábulas, no Chiado (Lisboa), junto ao bar "Amo-te Chiado", até dia 07 de Outubro.
Apareçam
Caros amigos artistas e coleccionadores de arte. Todos nós já ouvimos dizer que algumas galerias ficam a dever dinheiro aos artistas. Infelizmente é verdade, há pessoas que se aproveitam dos "pobres" artistas e além de cobrarem comissões injustas ainda têm o descaramento de não pagar o que devem. A Galeria Exclusive de Carnaxide (julgo que tambem existe em Oeiras) é uma dessas. Sim, devem-me dinheiro à cerca de um ano e ao que sei o comprador pagou à galeria. Depois de imensos telefonemas e promessas de "pagar na proxima quarta-feira", foram-se passando dezenas de quartas-feiras e a desculpa era sempre a mesma, até que deixaram de atender o telefone e o telemóvel. Isto é inadmissivel. Sabem o que é pior? É que não é só a mim que esta galeria deve dinheiro. Pelo que sei deve também à Mariola, ao Navarro, etc. Espero que este Post sirva para avisar alguém. Infeizmente a mim quando me avisaram da maneira como as donas desta galeria tratam os artistas já era tarde de mais.
São neste momento sete horas da manhã. Só precisava de acordar às oito, mas depois de ontem me ter intoxicado com café mal consegui dormir de noite. Para além da cafeína, algo mais me estava a tirar o sono, a "Arte". É obvio que a verdadeira arte tem que ter figuração. A chamada arte abstracta não passa de um mero exercício de texturas ou estudo de cor. Com isto não estou a dizer que artistas como Malevich, Mondrian, Kandinsky ou Rotko não tenham valor artístico. Claro que têm valor artístico e bastante válido no seu tempo. O que me aflige é o facto de ainda hoje haver "reles" imitações desses grandes artistas e continuarem a acharem-se inovadores. Curioso é o facto desses abstraccionistas terem um propósito com a sua pintura (intenção), "Criar uma nova arte" ou "Corrente artística". Estes abstraccionistas de hoje têm como intenção ganhar dinheiro fácil e "combinar as suas telas com a cor dos cortinados ou sofás lá de casa", o que é ridículo. Será que esta gente não se apercebe deste facto? Todos são artistas e todos são muito bons, mas na realidade poucos sabem representar a "figura", coisa essencial para a verdadeira arte. Como podemos representar algo sem o figurar? Provavelmente existirão muitas teorias e respostas a esta pergunta, defendendo a abstracção. Até alguém já analisou as pinturas do Pollock dizendo que representam searas, quando é facto conhecido que o pintor apenas queria representar o gesto, o movimento e a dinâmica. Com a figura, seja humana ou não, conseguimos exprimir tudo, seja real ou seja surreal, até conseguimos transmitir estados de espírito (pintura simbólica), sonhos, etc.
Viva a figura, morte ao abstraccionismo!
Não se esqueçam de visitar o meu site em: www.miguelfazenda.com.sapo.pt
Também não se esqueçam de me enviar comentários ou o vosso contacto para eu enviar convites para exposições pintorfazenda@gmail.com
Já agora visitem a minha exposição de pintura na Galeria da Casa da Cultura D. Pedro V, em Mafra, até dia 14 de Junho.
Voltando à questão que iniciei ontem:
Não sei como é que acontece noutros países, mas isto em Portugal é uma estupidez e é ridículo. O nosso país está infestado de parasitas que se auto-intitulam de artistas plásticos. Qualquer burro que não tem cérebro para tirar um curso faz umas pinceladas abstractas numa tela e diz "Vou ser artista", como são filhos de pais ricos ingressam numa escola de artes privada. Sim, privada, pois não conseguem ter médias para entrar numa Faculdade de Belas Artes e mesmo que tivessem essas médias não têm talento nem vocação para tal empresa. Como eu estava a dizer, vão para uma Faculdade Privada, tiram um curso de design ou de arquitectura (sim, porque gente rica não tira pintura ou escultura) e depois servem-se dos amigos dos pais e dos conhecimentos da família para venderem umas telas com uns abstractos de mau gosto, que na prática são todos iguais. O problema não é estas sanguessugas existirem no nosso país, o problema é que como sanguessugas que são, manientos e convencidos que são mesmo muito bons tentam aniquilar os novos artistas que lutam para entrar numa Faculdade, lutam para divulgar o seu trabalho, lutam para receber pagamentos de alguns comerciantes de arte (de honestidade duvidosa), lutam para sobreviver (pois não são de famílias ricas), etc. Será que se sentem assim tão ameaçados? Se eu fosse um artista conhecido em Portugal, com vendas suficientes para viver da arte, não me importaria de ver novos talentos a trabalhar e pesquisar. Aliás, como docente da àrea das artes costumo incentivar aqueles alunos que mostram talento, trabalho e criatividade a continuarem o bom trabalho.
Este país precisa de ser purgado, sangrado, desinfectado. é preciso criar um grupo de artistas bem seleccionado (pela qualidade, pelo trabalho e pela vontade de lutar) e meter a cultura neste país bem orientada. Tentar dar alguma organização a isto. Acabar com os lobbies dessa corja de "artistas" que não acrescenta nada de novo à arte mundial. Precisamos dum movimento artístico forte. Lembro-me muitas vezes de Marcell Duchamp e dos Dadaistas. Esses tentaram dar uma nova roupagem à arte e conseguiram. Picasso e Braque uniram-se para fazer vingar o Cubismo, etc. Caros amigos que pensam da mesma maneira que eu, temos de nos unir e lutar. Reparem que não sou contra o abstraccionismo mas sim contra o facilitismo e o preguicionismo. Vamos fazer renascer a arte, pois Portugal está podre e pobre em termos artísticos. À luta, amigos artistas.
Normalmente depois de uma exposição costumo questionar todo o meu trabalho e fazer algumas alterações. Depois de três individuais em simultâneo chegou a hora de fazer um balanço do meu trabalho. Vamos ver o que vai surgir. Vou aproveitar parte das novidades que introduzi este ano (dípticos, desenho, cores vivas) e provavelmente vou voltar com as multidões (People ) do ano passado. Gosto bastante de fazer solidões e melancolias, mas neste momento apetece-me mais alegria.
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Terminaram no passado dia 30 de Março três exposições individuais, uma em Coimbra, uma na Batalha e outra em Almeirim. Estou muito feliz pelos resultados alcançados. Apenas tenho uma coisa a criticar. É incrivel a incompetencia de "alguém" na Camara Municipal de Coimbra. Digo "alguém" porque não sei de quem é a culpa e não acredito que seja da Câmara. Passo a contar. Foi-me solicitado com um mês de antecedência o envio de fotografias de obras e um texto para a divulgação da exposição (convites, nota de imprensa). Eu entreguei uma lista de endereços para os quais gostaria que enviassem convites e ainda pedi alguns para mim, para eu entregar em mão. Curiosamente não houve divulgação e até ao dia da inauguração ninguem tinha recebido os convites. No dia da montagem da exposição recebo um telefonema da Câmara a pedir fotografias e um texto, coisa que eu já tinha entregue a outro funcionário. Concordei em enviar de novo e falei com o funcionário a quem já tinha entregue o material, a que ele me respondeu "não se preocupe!". Curiosamente nem pagina oficial da Camara Municipal de Coimbra, na internet apareceu a divulgação. Eu fiquei aborrecido, mas pensei que teria havido algum imprevisto e tentei "esquecer". Curiosamente no dia 28 de Março (vespera da exposição terminar) é que os meu convidados recebem o convite em CORREIO AZUL. Sinceramente não entedo o que se passou. Alguem falhou e não fui eu. A falta de respeito pelos artistas menos conhecidos é incrivel. Nunca me tinham tratado assim. "É o país em que vivemos!"
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