A arte é bela e a vida sem ela não tem sentido! Existe sensação melhor do que criar?

Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009
Ensaio sobre o Ensino das Artes

                        Nos últimos anos temos ouvido falar sobre a pertinência do ensino das artes (educação visual, desenho ou mesmo geometria descritiva) e as opiniões são díspares, mesmo entre a comunidade docente. Para que servirá realmente o ensino artístico numa sociedade em que as ciências e as letras são dominantes? Serão mesmo necessárias as artes? Será o seu ensino uma perda de tempo e de dinheiro dos contribuintes? Na minha opinião, e como tentarei demonstrar a seguir, as artes são fundamentais em qualquer sociedade.

                Há milhares de anos atrás os nossos antepassados sentiram necessidade de comunicar e decidiram faze-lo através de desenhos, riscos, pinceladas e dedadas nos mais variados suportes, mesmo antes de haver escrita. Será que o faziam porque tinham demasiado tempo livre ou porque faz parte da natureza humana ser criativo? As opiniões dividem-se sobre a função de muitas das pinturas e gravuras rupestres, uns falam sobre a sua função mágica, mas outros referem que o homem as realizava quando estava bem alimentado e que tinham acima de tudo uma função expressiva.

                Tudo o que existe à nossa volta tem a “mão” de um artista, desde a simples cadeira até à confortável roupa que temos vestida. Então será assim tão supérfluo o ensino artístico? Será assim tão dramático um filho querer seguir artes?

Nos Estados Unidos da América o President’s Committee on the Arts and Humanities (1995) efectuou um relatório onde referia que o ensino das artes produzia um efeito benéfico na aprendizagem da totalidade das disciplinas. Este facto é um pouco discutível (Studio Thinking, 2007), mas a verdade é que muitas vezes se verifica esta tendência. Mas a questão de fundo é que os alunos das artes são tendencialmente mais tolerantes, humanamente mais ricos e mais interessados no mundo que os rodeia. Obviamente que nem todos os alunos de Educação Visual se vão tornar artistas plásticos, mas é importante que sejam futuros adultos ricos de espírito, de compreensão e que consigam usufruir da arte e da cultura em geral. Imaginemos como seria maravilhoso viver numa sociedade em que todos ouvíssemos Bartok ou contemplássemos Duchamp ou Hockney, ou ainda que assistíssemos e entendêssemos um bailado de Raimund Hoghe. As artes levam as crianças a estarem atentas à expressividade do ambiente, aos produtos da sua própria imaginação e a trabalhar os materiais de modo a que eles expressem e evoquem sentimentos (Eisner, 2002). Também no plano técnico o ensino das artes é fundamental, pois vai treinar a motricidade fina e ampla, o gesto, a ter a noção de espaço, a conhecer as cores e a sua aplicação, etc. Mesmo os alunos que não pretendam prosseguir os estudos têm necessidade de conhecimentos básicos de desenho, como o carpinteiro que desenha os móveis ou o pedreiro que precisa interpretar as plantas desenhadas pelo arquitecto. As nossas empresas cada vez mais têm a necessidade de inovar, para combater a concorrência dos países em vias de desenvolvimento, e para isso precisam de designers e artistas que criem novas soluções para produtos, embalagens, imagens de marca, etc. Até os cientistas precisam de artistas (escultores e pintores) que lhes façam modelos bi e tridimensionais das suas descobertas (ex. modelos de combinações atómicas). A arte é a representação, a ciência a explicação – da mesma realidade (H. Read, 1943).

                Portanto as artes são um forte complemento das ciências e das letras, pois permitem aos alunos uma alocação de recursos/competências tais como: o trabalho de equipa, a pesquisa e a comunicação de informação, aprender a utilizar sistemas que se tornam gradualmente mais complexos e a utilizar tecnologias (J. Kendall, 1996).

                Se chegamos à conclusão de que o ensino das artes é fundamental, devemos reflectir sobre a forma como nós, docentes, o ensinamos e como os pais/encarregados de educação pensam em relação a esse ensino. Tradicionalmente o ensino da Educação Visual centra-se num conjunto de exercícios, muitas vezes sem ligação entre si, que são impostos aos alunos, pois “os programas têm que ser cumpridos e os conteúdos dados”. Ora o programa de E. Visual é bastante vasto e flexível, o que permite aos docentes e alunos realizar actividades realmente motivantes, interessantes, com alguma relação com o mundo real e com os interesses individuais de cada aluno. Muitos de nós, professores das artes, preocupamo-nos com resultados (trabalhos bonitos e “bem feitinhos”), mas será isso o mais importante? Não deveria haver uma reflexão com os alunos sobre os trabalhos, de modo a que eles entendam o que estão a fazer e qual a sua aplicação? É relativamente fácil ensinar um aluno a criar pinturas ou desenhos bonitos que vão impressionar toda a comunidade escolar, pois existem métodos que nos permitem contornar as dificuldades técnicas. Mas a educação artística e a arte são algo mais do que resultados finais, têm a ver com reflexão e com o processo de trabalho. É importante ensinarmos os nossos alunos a pensar, senão os seus trabalhos não serão mais do que reproduções de uma ideia planificada pelo professor. Temos de “dar ferramentas” aos alunos para que eles sejam futuros adultos competentes, com individualidade e seres socialmente integrados e não estarmos apenas preocupados em cumprir programas.



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Terça-feira, 18 de Agosto de 2009
Exposições, Exposições e mais Exposições

 Caros amigos, 

 

Podem visitar no próximo mês de Setembro uma série de exposições colectivas e individuais, onde estou representado. 

Visitem o meu site em: www.miguelfazenda.com.sapo.pt 

Aqui vai a lista:

 

 

  • CASTELO DE PORTO DE MÓS, de 21 de Agosto a 13 de Setembro

  • CONVENTO DE S. JOSÉ EM LAGOA ( Portimão). de 19 de Setembro a 21 de Outubro

  • GALERIA 74 (Porto), de 05 a 18 de Setembro

  • MUSEU REGIONAL DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS, de 05 a 30 de Setembro

     

 



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Quarta-feira, 8 de Julho de 2009
Marina Cruz - Espaço de Artes

Quero convidar todos os meus amigos e clientes estarem presentes na inauguração de uma exposição colectiva de pintura e escultura do Circulo Artístico e Cultural Artur Bual, na qual estou representado. Na quinta-feira, dia 16 de Julho de 2009, pelas 19:15h, na rua Miguel Bombarda nº133A, em Lisboa.

A inauguração será animada com um momento de poesia e música.

 

Artistas participantes: Miguel Fazenda, David Cara Nova, Fernanda Páscoa, José Leitão, Jorge Bandeira, Xicofran, Eduardo Nascimento, Carlos Andrade e José Eliseu.

 

Apareçam

 

www.miguelfazenda.com.sapo.pt



publicado por miguelfazenda às 09:51
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Quinta-feira, 2 de Julho de 2009
Exposição de Pintura

Podem visitar o meu Stand de Exposição no Festival "Arte Viva", em São Brás de Alportel (Algarve), nos dias 11 e 12 de Julho de 2009.

 



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Domingo, 7 de Junho de 2009
Nova pintura

Podem ver novos trabalhos de pintura na Galeria Capitel, em Leiria, de 20 a 29 de Junho de 2009. A inauguração é dia 20 às 17 horas, com um pequeno recital de piano com o pianista Vitor Manuel Moreira.

 

Apareçam

 

 

 



publicado por miguelfazenda às 10:17
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Ensaio sobre alguns alunos de artes!!!

 

Já há algum tempo que não actualizava o meu blog e também ainda me falta actualizar o meu site, apesar de este ano a produção ter sido ligeiramente inferior ao ano passado. Passei vários dias a fazer estudos e projectos para a MegCriativos, que não deram em nada, apenas perda de tempo e de materiais. Mas vamos ao que interessa. Na semana passada terminaram as aulas do Ensino Secundário. É público que eu acumulo a actividade de artista plástico e músico com o ensino de Desenho. Tenho estado a dar aulas a uma turma do 11º Ano do curso de Artes Visuais. É curioso como os alunos actualmente têm o Ego bem lá em cima. Modéstia não existe! Tenho dois ou três alunos a quem atribui nota máxima (20) porque cumprem exactamente o que lhes mando fazer, pela qualidade gráfica do seu trabalho e por todo o empenhamento a realizar os trabalhos. Curioso é o facto de numa turma de 28 alunos todos acharem que merecem nota 20. Também é curioso o facto dos alunos menos aplicados e com menos qualidade de trabalho serem os que mais reclamam e clamam estarem a ser injustiçados. Como argumento para defesa do seu trabalho simplesmente não o defendem, preferem “atacar” colegas que acham que tiveram melhor nota que eles. Também é curioso o facto de que já não se respeita o professor, para eles os conhecimentos e o currículo do professor não interessam. Dizem coisas do género “está tão bonito o meu trabalho”, ou “toda a gente diz que eu merecia mais nota porque está giro”. É incrível como estas coisas acontecem. Onde está o respeito pelos mestres? Onde está a humildade? Onde está o espírito de sacrifício e a vontade de trabalhar? São perguntas que ficam no ar. Cada vez fico mais desiludido com estes alunos que não aproveitam a sorte que têm de ter como professor um artista plástico activo no mercado da arte, com experiência e com bastantes conhecimentos. Realmente esta sociedade merece professores ( como alguns que eu tive), que são sabem a diferença entre uma vassoura e um pincel e que mandam fazer uns “bonecos” ou que mandam alterar umas fotos no Photoshop e depois simplesmente ampliar. Não há criatividade, não há cultura, não há interesse em ver uma exposição. Aparentemente todos já nascem Artistas. Talvez artistas da preguiça…


publicado por miguelfazenda às 10:15
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Quarta-feira, 13 de Maio de 2009
Galeria Capitel (Leiria)

Podem visitar a minha exposição de pintura na Galeria Capitel, em Leiria, de 13 a 22 de Junho.

Apareçam



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Domingo, 14 de Setembro de 2008
Galeria Fábulas

Caros amigos,

 

Podem visitar a minha exposição de pintura na Galeria Fábulas, no Chiado (Lisboa), junto ao bar "Amo-te Chiado", até dia 07 de Outubro.

 

Apareçam

 



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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008
Galeria Exclusive

Caros amigos artistas e coleccionadores de arte. Todos nós já ouvimos dizer que algumas galerias ficam a dever dinheiro aos artistas. Infelizmente é verdade, há pessoas que se aproveitam dos "pobres" artistas e além de cobrarem comissões injustas ainda têm o descaramento de não pagar o que devem. A Galeria Exclusive de Carnaxide (julgo que tambem existe em Oeiras) é uma dessas. Sim, devem-me dinheiro à cerca de um ano e ao que sei o comprador pagou à galeria. Depois de imensos telefonemas e promessas de "pagar na proxima quarta-feira", foram-se passando dezenas de quartas-feiras e a desculpa era sempre a mesma, até que deixaram de atender o telefone e o telemóvel. Isto é inadmissivel. Sabem o que é pior? É que não é só a mim que esta galeria deve dinheiro. Pelo que sei deve também à Mariola, ao Navarro, etc. Espero que este Post sirva para avisar alguém. Infeizmente a mim quando me avisaram da maneira como as donas desta galeria tratam os artistas já era tarde de mais.

 

 



publicado por miguelfazenda às 21:52
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Quarta-feira, 28 de Maio de 2008
Coragem, Avante artistas!!!!!

Alguém me escreveu um comentário em que elogiava a minha "Coragem" de dizer o que penso. Não é coragem, não tenho nada a perder dizendo o que penso. Felizmente estamos num país livre. Longe vai o tempo em que os artistas se criticavam, saudavelmente, uns aos outros. Estou-me a lembrar num diálogo dos "Maias" de Eça de Queiroz em que duas personagens discutiam sobre a o Realismo (ou Naturalismo, não me recordo bem) e o Romantismo.

Hoje em dia somos uns Cínicos. Todos entram numa exposição e todos dão os parabéns ao artista e dizem que gostaram muito. Depois, alguns, saem da galeria e dizem "que grande merda". Isto é uma coisa normal? É vulgar, mas não é normal. Nem é normal o outro reles abstraccionista ter-me declarado "guerra" por alguns amigos dele terem recebido convites meus.

Alguém que está a ler isto já deve ter pensado: "Estás a perder muito, por andares a escrever (e falar) assim!". E eu respondo que talvez esteja a perder algumas coisas, que alguns pintores criem inimizades comigo, que galerias não me aceitem porque têm com o"Jóia da coroa" artistas abstraccionistas. Mas também ganho muito, não estou a ceder a interesses, sejam económicos ou estéticos, mantenho-me fiel à "arte pela arte", sinto que o meu trabalho é algo de "genuíno" no sentido em que não estou a seguir o gosto de ninguém. Posso ser odiado ou amado, mas isso tudo faz parte da vida. Todos devemos dizer o que sentimos. Não custa nada. A nossa sociedade já é tão impessoal e fria, que se nos seguirmos pelos gostos ou modas impostos pelos outros deixamos de ser verdadeiros! Estamos a mentir a nós próprios! A arte precisa de "Verdade", ela é a alma do ser Humano. Ao contrário do que se diz, NÓS PRECISAMOS DE ARTE PARA VIVER!



publicado por miguelfazenda às 20:02
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A vida, o Amor e as ... e a Arte!!!

São neste momento sete horas da manhã. Só precisava de acordar às oito, mas depois de ontem me ter intoxicado com café mal consegui dormir de noite. Para além da cafeína, algo mais me estava a tirar o sono, a "Arte". É obvio que a verdadeira arte tem que ter figuração. A chamada arte abstracta não passa de um mero exercício de texturas ou estudo de cor. Com isto não estou a dizer que artistas como Malevich, Mondrian, Kandinsky ou Rotko não tenham valor artístico. Claro que têm valor artístico e bastante válido no seu tempo. O que me aflige é o facto de ainda hoje haver "reles" imitações desses grandes artistas e continuarem a acharem-se inovadores. Curioso é o facto desses abstraccionistas terem um propósito com a sua pintura (intenção), "Criar uma nova arte" ou "Corrente artística". Estes abstraccionistas de hoje têm como intenção ganhar dinheiro fácil e "combinar as suas telas com a cor dos cortinados ou sofás lá de casa", o que é ridículo. Será que esta gente não se apercebe deste facto? Todos são artistas e todos são muito bons, mas na realidade poucos sabem representar a "figura", coisa essencial para a verdadeira arte. Como podemos representar algo sem o figurar? Provavelmente existirão muitas teorias e respostas a esta pergunta, defendendo a abstracção. Até alguém já analisou as pinturas do Pollock dizendo que representam searas, quando é facto conhecido que o pintor apenas queria representar o gesto, o movimento e a dinâmica. Com a figura, seja humana ou não, conseguimos exprimir tudo, seja real ou seja surreal, até conseguimos transmitir estados de espírito (pintura simbólica), sonhos, etc.

Viva a figura, morte ao abstraccionismo!

www.miguelfazenda.com.sapo.pt

 



publicado por miguelfazenda às 07:04
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Domingo, 18 de Maio de 2008
Site de um pequeno pintor!

Não se esqueçam de visitar o meu site em: www.miguelfazenda.com.sapo.pt

 

Também não se esqueçam de me enviar comentários ou o vosso contacto para eu enviar convites para exposições pintorfazenda@gmail.com

 

Já agora visitem a minha exposição de pintura na Galeria da Casa da Cultura D. Pedro V, em Mafra, até dia 14 de Junho.



publicado por miguelfazenda às 19:21
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Sexta-feira, 16 de Maio de 2008
Artistas de primeira e outros de terceira ou quarta, ou...

 

 

 

Voltando à questão que iniciei ontem:

Não sei como é que acontece noutros países, mas isto em Portugal é uma estupidez e é ridículo. O nosso país está infestado de parasitas que se auto-intitulam de artistas plásticos. Qualquer burro que não tem cérebro para tirar um curso faz umas pinceladas abstractas numa tela e diz "Vou ser artista", como são filhos de pais ricos ingressam numa escola de artes privada. Sim, privada, pois não conseguem ter médias para entrar numa Faculdade de Belas Artes e mesmo que tivessem essas médias não têm talento nem vocação para tal empresa. Como eu estava a dizer, vão para uma Faculdade Privada, tiram um curso de design ou de arquitectura (sim, porque gente rica não tira pintura ou escultura) e depois servem-se dos amigos dos pais e dos conhecimentos da família para venderem umas telas com uns abstractos de mau gosto, que na prática são todos iguais. O problema não é estas sanguessugas existirem no nosso país, o problema é que como sanguessugas que são, manientos e convencidos que são mesmo muito bons tentam aniquilar os novos artistas que lutam para entrar numa Faculdade, lutam para divulgar o seu trabalho, lutam para receber pagamentos de alguns comerciantes de arte (de honestidade duvidosa), lutam para sobreviver (pois não são de famílias ricas), etc. Será que se sentem assim tão ameaçados? Se eu fosse um artista conhecido em Portugal, com vendas suficientes para viver da arte, não me importaria de ver novos talentos a trabalhar e pesquisar. Aliás, como docente da àrea das artes costumo incentivar aqueles alunos que mostram talento, trabalho e criatividade a continuarem o bom trabalho.

Este país precisa de ser purgado, sangrado, desinfectado. é preciso criar um grupo de artistas bem seleccionado (pela qualidade, pelo trabalho e pela vontade de lutar) e meter a cultura neste país bem orientada. Tentar dar alguma organização a isto. Acabar com os lobbies dessa corja de "artistas" que não acrescenta nada de novo à arte mundial. Precisamos dum movimento artístico forte. Lembro-me muitas vezes de Marcell Duchamp e dos Dadaistas. Esses tentaram dar uma nova roupagem à arte e conseguiram. Picasso e Braque uniram-se para fazer vingar o Cubismo, etc. Caros amigos que pensam da mesma maneira que eu, temos de nos unir e lutar. Reparem que não sou contra o abstraccionismo mas sim contra o facilitismo e o preguicionismo. Vamos fazer renascer a arte, pois Portugal está podre e pobre em termos artísticos. À luta, amigos artistas.



publicado por miguelfazenda às 13:26
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2008
É incrivel

Já à algum tempo que eu não escrevia aqui mas hoje aconteceu-me uma coisa insólita que tenho descrever aqui. Normalmente os contactos de pessoas que me enviam e-mails são adicionados à minha lista de contactos, que depois uso para enviar convites para as minhas exposições ou para algum acontecimento relacionado com a minha carreira artística, que eu ache relevante. Qual é a minha surpresa quando e "pintorzeco" (nem sei se é assim que se escreve a palavra) me envia um e-mail a reclamar que eu incomodei amigos dele com convites para exposições. Eu pedi imensa desculpa e pedi os contactos dos amigos desse senhor para os remover da minha lista. Como a lista de amigos desse senhor era grande e eu não tenho tempo a perder com coisas sem sentido enviei um e-mail a todos os contactos que possuo a perguntar se querem ser removidos na minha lista. Dois ou três responderam a dizer que querem ser removidos e dezenas responderam a dizer que ficam muito orgulhosos por receber convites e até aproveitaram para me enviar convites também. Coisa saudável! Qual o meu espanto quando o tal "pseudo-pintor" me envia outro e-mail a dizer que voltei a incomodar os seus amigos e que se vai tornar meu inimigo. Sinceramente não sei o que ele pretende. Um convite para uma exposição não incomoda ninguém, a não ser alguns fundamentalistas que se sentem atacados quando eu digo mal dos abstraccionistas que nem sabem desenhar. A verdade é que não entendo o que esse senhor quer dizer com "inimigo". Vai dizer mal de mim nas galerias? Força, vá em frente, é melhor dizerem mal de mim do que nem sequer me conhecerem! Já agora, tive imenso trabalho e tirar esse pintor da foto que estava no meu site. A montagem nota-se um pouco, mas não quero arriscar a ser processado por alguém que não me conhece de lado nenhum e decidiu atacar-me sem motivo.

Será que esta pessoa sem sentiu atacada por eu enviar convites ou terá sido por algum outro motivo? Eu costumo dizer mal, muito mal da arte abstracta, mas esses "artistas" são tão intocáveis em Portugal que não se deverão sentir atingidos por um pintor desconhecido como eu. A verdade é que vou continuar a defender a figuração com todas as minhas energias. Como dizia Francis Bacon "a abstracção é algo que me passa completamente ao lado".

Visitem o meu site em www.miguelfazenda.com.sapo.pt e enviem-me o vosso contacto para eu enviar convites e também me podem enviar convites. pintorfazenda@gmail.com



publicado por miguelfazenda às 23:43
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Sábado, 19 de Abril de 2008
Há tecnicas e há técnicas!!!
Sinceramente não entendo o estado da arte actual (e do publico de arte). Quando um artista pinta ou desenha com alguns erros técnicos é acusado de amador, de naif , de inexperiente, etc. . Curiosamente já me aconteceu várias vezes o inverso. Já ouvi imensas vezes o comentário: "Você colou fotografias na tela!" na ultima vez que isso aconteceu eu respondi que não, que é tudo pintura e o individuo continuou a teimar que era fotografia e que eu ando a enganar o publico! Que estupidez, se não se sabe pintar é porque não se sabe, se se pinta bem é porque se está a enganar o publico.
Será que não se pode fazer figuração com um mínimo de qualidade? Será que os pintores realistas são tão poucos que são apelidados de "fraudes"? Continuo a não entender como se valoriza tanto esses "pseudo-artistas" abstractos e ditos conceptualistas que muitas das vezes nem sequer sabem desenhar, pintar e nem têm conhecimentos de história da arte. Há uns tempos atrás até conheci um "pintor" que pinta uns Pollocks " e que me disse: "A minha pintura é de carácter conceptual!" São tão abstractos e tão inovadores que muitas vezes não se apercebem que são uma cópia ranhosa " de artistas que já tiveram momentos de glória no passado. Conceptual? Uma obra conceptual será algo bastante pensado e ponderado. Será uma pintura planeada à máxima exaustão, ou como nos anos 70, será uma obra em que a intenção é 99% mais importante que o objecto artístico . Curiosamente o mercado (galerias, coleccionadores, etc. ) continuam a fechar-me as portas ou abri-las muito pouco. Alguma coisa está mal e não acredito que seja eu. A minha pintura não tem nada de magnifico, mas sei o que estou a fazer e porque o estou a fazer.
Para terminar devo acrescentar que o publico estrangeiro me tem apoiado bastante e tem gostado muito da minha pintura


publicado por miguelfazenda às 14:18
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2008
Exposições

Terminaram no passado dia 30 de Março três exposições individuais, uma em Coimbra, uma na Batalha e outra em Almeirim. Estou muito feliz pelos resultados alcançados. Apenas tenho uma coisa a criticar. É incrivel a incompetencia de "alguém" na Camara Municipal de Coimbra. Digo "alguém" porque não sei de quem é a culpa e não acredito que seja da Câmara. Passo a contar. Foi-me solicitado com um mês de antecedência o envio de fotografias de obras e um texto para a divulgação da exposição (convites, nota de imprensa). Eu entreguei uma lista de endereços para os quais gostaria que enviassem convites e ainda pedi alguns para mim, para eu entregar em mão. Curiosamente não houve divulgação e até ao dia da inauguração ninguem tinha recebido os convites. No dia da montagem da exposição recebo um telefonema da Câmara a pedir fotografias e um texto, coisa que eu já tinha entregue a outro funcionário. Concordei em enviar de novo e falei com o funcionário a quem já tinha entregue o material, a que ele me respondeu "não se preocupe!". Curiosamente nem pagina oficial da Camara Municipal de Coimbra, na internet apareceu a divulgação. Eu fiquei aborrecido, mas pensei que teria havido algum imprevisto e tentei "esquecer". Curiosamente no dia 28 de Março (vespera da exposição terminar) é que os meu convidados recebem o convite em CORREIO AZUL. Sinceramente não entedo o que se passou. Alguem falhou e não fui eu. A falta de respeito pelos artistas menos conhecidos é incrivel. Nunca me tinham tratado assim. "É o país em que vivemos!"



publicado por miguelfazenda às 19:31
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Segunda-feira, 10 de Março de 2008
Exposição em Coimbra
Exposição de pintura de Miguel Fazenda na Galeria de Almedia, em Coimbra, até 29 de Março. Visitem o meu site em: www.miguelfazenda.com.sapo.pt



publicado por miguelfazenda às 21:46
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Domingo, 24 de Fevereiro de 2008
Maldoror
No Sábado dia 23 de Fevereiro de 2008 tive a oportunidade de assistir, em Torres Novas, ao espectáculo Maldoror ", dos Mão Morta. Não posso deixar de referir aqui que foi o espectáculo mais "lindo", "perfeito", "magnifico" que já vi. Eu em Novembro fui ver Marilyn Manson ao Pavilhão Atlântico, porque considerava-o como sendo o expoente máximo "Gótico". É mentira. Moldoror dos Mão Morta é um musical, é teatro é performance , é arte, é tudo de bom. Nunca imaginei ver semelhante coisa Made in Portugal". Saí do Teatro Virgínia em silêncio, sem palavras. Não havia nada a dizer. Horas depois do Maldoror terminar ainda estava eu a digerir o espectáculo.  Durante a actuação tive uma vontade enorme de desenhar, pois estava a presenciar um experiência estética, um "orgasmo intelectual", vasculhei com a mão dentro da minha mala e não encontrei a minha fiel Bic ". Assim que cheguei a casa fui logo fazer uns apontamentos. Eu tenho péssima memória visual e normalmente não consigo desenhar cenas que presenciei. Desta vez consegui. Até já comecei a pintar uma tela inspirada em Maldoror . Tenho de referir que a figura que mais me atraiu não foi a principal, foi a Baixista dos Mão Morta. Aquela silhueta, aqueles adereços, a saia preta, o corpete, as botas, o baixo, o penteado, foi a figura feminina mais bonita que já vi na minha vida. Em conclusão, tenho de voltar a ver.  Não resisto. Em Março vou ver outra vez. Magnifico, aconselha-se.


publicado por miguelfazenda às 20:03
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Exposição em Almeirim

 

Está patente na Galeria Municipal de Almeirim uma mostra de pintura de Miguel Fazenda, até 28 de Março de 2008. Esta exposição conta com 10 pinturas de médio formato, pintadas em 2006 e 2007.



publicado por miguelfazenda às 19:49
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Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007
Entrevista a Miguel Fazenda

Entrevista de Miguel Fazenda a Miguel Fazenda

Nas poucas vezes que dei entrevistas confrontei-me com alguns casos em que a entrevista nem sequer tinha sido preparada, em que as perguntas eram desinteressantes e não estimulavam a criatividade das minhas respostas. Até já cheguei a escrever textos sobre mim mesmo, que depois vejo publicados e assinados com outro nome. Já enviei fotos para divulgação de exposições, que depois também aparecem assinadas por outro fotografo.Tentei fazer uma entrevista a mim mesmo, para focar algumas coisas de que gostaria de falar. A verdade é que isto que escrevi a seguir é apenas uma ínfima parte de uma extensa entrevista que gostaria de publicar aqui no Blog, mas como acho que ninguém se ia dar ao trabalho de ler, só escrevo isto. Fico à espera que algum jornalista me contacte para escrevermos o resto da entrevista. Por favor deixem comentários a esta estrevista.

Pergunta: Idade?

Resposta: 29 anos.

Pergunta: Fazer o Ensino Secundário numa escola de Fátima influenciou a escolha do curso a seguir na Universidade?

Resposta: O facto de a escola ser de Fátima não influenciou, mas os colegas e professores, que tive, influenciaram bastante no facto de ter escolhido seguir Pintura.

Pergunta: E viver em Fátima influencia a sua pintura?

Resposta: De modo nenhum. Não tenho qualquer tipo de relação com a Igreja Católica, seja espiritual ou profissional. Em algumas das minhas telas até revelo criticas bastante duras a determinadas maneiras de pensar, da Igreja.

Pergunta: Recentemente, numa entrevista à Revista Municipal de Ourém, referiu não gostar das obras de arte que se encontram na nova igreja do Santuário. É verdade?

Resposta: Sim, é verdade. Existem vários motivos para eu não gostar das obras do Santuário. Em primeiro lugar, acho que deveriam ter sido contactados artistas portugueses em vez de estrangeiros. Quando falo em artistas portugueses refiro-me a pessoas com formação e com obra de qualidade, ou promissores artistas. Não estou a falar de “curiosos” que fazem umas esculturas ou pinturas e que não percebem nada de arte nem de história de arte. Portugal tem excelentes escultores e pintores que vivem explorados pelas galerias de arte e que precisariam bastante de encomendas da dimensão das obras da Igreja da Santíssima Trindade.

Pergunta: Mas é só uma questão de nacionalidade dos artistas?

Resposta: É obvio que não. As várias esculturas que estão em redor da igreja não me desagradam e não posso comentar. A Cruz Alta é de mau gosto. Lembro-me de ver o artista, na televisão, a dizer que ia ser uma obra polémica e que os peregrinos mereciam uma cruz com um corpo. Sinceramente, acho que a ideia de fazer a cruz com ferros contorcidos está interessante, mas o resultado final poderia ser muito melhor. Penso que qualquer estudante de escultura das Belas Artes conseguiria fazer bem melhor.

Pergunta: E no interior?

Resposta: Antes de chegarmos ao interior, embirro bastante com aquela porta principal. Ao longo da história apareceram portas lindas, desde o Renascimento, até às portas feitas pelo Rodin. Eu próprio teria feito um projecto e maqueta para aquelas portas, gratuitamente. Adorava receber esse tipo de encomenda. Julgo que faria algo bastante mais vistoso e interessante. No interior salta à vista o Cristo que está pendurado por cima do Altar-mor. Não tem expressão, anatomicamente deixa muito a desejar e tem uma cara horrorosa. A cabeça parece dum palhaço (com todo o respeito para com os palhaços). Quanto ao retábulo, acho que também não está bem conseguido, As figuras não tem qualquer tipo de expressão e não transmitem nenhuma mensagem. De que vale a arte, se não transmite sentimentos?

Pergunta:  O Miguel, nos últimos dois anos, conseguiu ganhar alguma visibilidade no mundo das artes. Como conseguiu?

Resposta: Visibilidade? Eu costumo dizer que sou um medíocre pintor de província. Os meus amigos é que costumam elogiar bastante o meu trabalho, e eu agradeço-lhes muito esse apoio. Tenho feito algumas exposições pelo país, mas isso não quer dizer que seja apoiado ou reconhecido pelo mercado da arte. As exposições que tenho feito têm sido em espaços públicos, nomeadamente Galerias Municipais. Quanto às galerias que me poderiam ajudar a ter alguma visibilidade, não querem saber do meu trabalho. A grande maioria das galerias de arte de Lisboa e Porto já receberam o meu portfólio e já viram trabalhos meus, mas isso não lhes interessa. São mais importantes trabalhos abstractos que se vendem bastante bem. Não lhes interessa apostar num artista que procura novos horizontes na arte figurativa. As poucas galerias que aceitaram ter trabalhos meus, têm-nos em acervo a “ganhar pó”. Posso agradecer à Galeria 57, de Leiria, que me tem ajudado bastante e que me trata como um artista de “primeira linha”.

Pergunta: É possível a um Artista Plástico, em Portugal, viver só da Arte?

Resposta: Julgo que sim, mas não é uma tarefa fácil. É preciso ser “poupadinho” e ir à procura de clientes e espaços para expor.

Pergunta: Então o mundo da arte é um mundo com bastante desonestidade?

Resposta: Infelizmente é verdade, e quem fica a perder são os artistas pouco conhecidos, que para além de serem obrigados a vender barato, têm de dar 50% à galeria.

Pergunta: Na sua pintura conseguem distinguir-se várias influências. Existe algum artista que o influenciou particularmente?

Resposta: Na verdade existem muitos pintores que me influenciaram muito, principalmente a nível teórico. Acho piada, que, quando coloco “dentro” das minhas telas uma pintura de outro artista, ouço comentário do género: “Têm influência do Klimt, ou do Francis Bacon, etc” e eu respondo que não tem influencia, que é mesmo uma cópia dentro da minha tela. É uma homenagem. Julgo que a minha pintura é uma mistura de influências e de vivencias.

Pergunta: Defina-me a sua pintura?

Resposta: Essa é aquela pergunta clássica…Bem… A minha pintura é a minha vida. Está repleta de momentos altos e baixos. Experimentações e influências dos clássicos. É uma pesquisa e uma representação do ser humano e do seu interior. É uma exploração do “eu”, da precariedade da vida. Representa solidões, gritos, personalidades, melancolias, etc. Se alguém que possuir uma tela cheia de informação, história, simbolismos, etc., pode encontrar isso nas minhas pinturas. Infelizmente o público só quer algo para colocar na parede e que as cores fiquem bem com o sofás e com os cortinados.

Pergunta: Acha que o povo Português tem cultura artística?

Resposta: Acho que não tem. Da minha curta experiência posso concluir várias coisas. Em Portugal não se aposta na cultura. Quando se aposta, as pessoas não aderem. As pessoas mais cultas normalmente são as que não têm poder económico para comprar pintura. Somos um povo que não tem dinheiro para nada, mas enchem-se estádios, fuma-se e bebe-se bastante. Acho que está tudo dito.

Pergunta: Estamos a terminar o ano. Qual foi o balanço de 2007?

Resposta: Em termos artísticos e profissionais foi o melhor ano da minha vida. Espero que 2008 seja igual ou melhor.

(…)



publicado por miguelfazenda às 12:27
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