A arte é bela e a vida sem ela não tem sentido! Existe sensação melhor do que criar?
Quinta-feira, 5 de Julho de 2007
Sofás e cortinados!
No final do século XIX formou-se em França um grupo de pintores que se passaram a chamar de "Impressionistas", nome que veio do quadro "impressão do sol nascente" do Manet. Estes artistas acreditavam num novo tipo de arte, na ciência e na tecnologia. Com o aparecimento da fotografia os artistas já não sentiam a necessidade de fazer representações "fotográficas" da realidade. Com as novas teorias sobre a composição da luz e da cor dos objectos, os pintores começaram a fazer um tipo de pintura diferente. Já não se pintavam formas, mas cores. Manchas de cor que davam ao nosso olho a ilusão de um determinado objecto. Estes pintores eram contemporâneos nos Naturalistas e de alguns Romanticos, correntes que estavam na moda e eram muito apreciadas pelas altas classes sociais. Muitos artistas desta nova corrente chegavam a passar fome e a dormir ao relento, por falta de dinheiro, mas nunca desistiram. Lutaram sempre pela "nova" arte. Van Gogh chegava a pintar uma tela por dia, chegava a ir para os campos pintar, com chuva, vento, neve, etc. Gauguin deixou a familia, deixou a França e foi passar fome para ilhas do Pacifico, em busca do seu sonho de pintar aqueles povos( indios). Mais tarde o Picasso teve a morar em Paris e tinha de dividir um minusculo quarto, chegando a dormir por turnos, devido a só haver uma cama. Mas lutou pela nova arte. Marcell Duchamp foi recusado em Nova Iorque, numa exposição onde tinha o direito legal de participar (por ser sócio da entidade organizadora), mas lutou por dar novos caminhos e novos sentidos à arte. Agora digam-me que é que hoje em dia (em Portugal) luta por alguma coisa? Vão-me dizer que artistas como a Ana Vidigal, Angela Ferreira, Pedro Cabrita Reis, etc, lutam por alguma coisa? Se sim, lutam por quê? Por fazerem o mesmo tipo de arte conceptual que se fazia nos anos 70? Onde está a evolução? Faz-se uma instalação e escreve-se um texto "filosófico" com palavras caras que nem o próprio artista sabe o que lá está escrito, ninguém entende e toda a gente acha que aquilo é magnifico (porque são demasiado orgulhosos para admitir que não fazem a minima ideia do significado daquilo). Preciso entender tudo o que vejo? Claro que não preciso entender. Mas preciso saber se o criador da obra sabe o que faz e porque faz. Na faculdade falava-se muito em "Pesquisa", até a Angela Ferreira me falava disso. Mas a meu entender esses "conceptuais" não se dão ao trabalho. Nestes momentos é que dou valor aos artistas de pintura tradicional, como o João Mário, que pintam pela beleza da paisagem e das cores. Quantas pessoas vemos numa galeria a dizer "Não gosto de te trabalho" ou a dizer "Não gosto deste pintor"? Eu nunca ouvi niguém faze-lo. Qual é o medo? Os próprios amigos do Picasso disseram mal do quadro "As meninas de Avinhão", que depois esteve 10 anos virado contra uma parede e mais tarde veio a ser reconhecido como o primeiro quadro cubista. Uma vez mais quero referir que não tenho nada contra os abstraccionistas nem contra os conceptuais. Apenas tenho contra a tentativa de algumas dessas pessoas dominarem o mercado e a opinião publica. Tenho contra aqueles que acham que a figurção é algo "Académico". Tenho contra aqueles que dominados pela preguiça fazem coisas sem qualidade e se acham os melhores. Quem se sentir ofendido é porque está nesse grupo de pessoas de que estou a falar. Aos outros desejo bem trabalho e muito sucesso.
Quarta-feira, 4 de Julho de 2007
Férias e descanso
Estou a aproximar-me ao final da primeira semana de férias com a Teresa. Férias grátis (como convém a artistas), e os dias passados sem telemóvel longe de gente conhecida. Provavelmente depois destes dias de descanso vão surgir novas pinturas. Espero que sejam melhores que as anteriores. É tão bom estar "longe" da "civilização", de gente mesquinha, maldosa, sem palavra e desonesta. Quando eu ouvia falar que a sociedade está podre, não acreditava e pensava que quem dizia isso eram pessoas do tempo da censura do Estado Novo e que não estavam ainda habituadas a que a informação circule. Mas ultimamente tenho-me apercebido de muitos podres da sociedade. Já entendi porque os antidepressivos têm tanto sucesso e porque são cada vez mais necessários os serviços de psicologia e psiquiatria. Meio mundo está completamente louco. Pessoas que se suicidam por religiões, que se tornam bombas humanas para criar o terror entre as pessoas. Recentemente li na revista "Sábado" que até a princesa Diana aterrorizava algumas pessoas, fazendo-lhes constantes telefonemas anónimos (onde será que já vi algo semelhante). Pessoas que engolem sacos de droga colocando em risco a própria vida, por meia dúzia de dólares , pessoas que vendem os filhos, crianças raptadas para serem vendidas ou para integrarem redes de pedofilia . Pessoas que por motivos ridículos agridem outras pessoas. Basta ligar a televisão num telejornal ou olhar para a nossa vida e só se vê coisas deste género. Se algum dia conseguir algum dinheiro com as artes faço como o Picasso, compro uma quinta numa aldeia "do fim do mundo" e dedico-me a pintar. As galerias que tratem das vendas e de todo o processo legal. Eu simplesmente entrego as obras e depois de vendidas passo o recibo à galeria. Nós (cidadãos) por vezes vemo-nos envolvidos em coisas das quais não temos culpa nenhuma e estamos meses e meses e meses e meses sem nos conseguirmos livrar de "sanguessugas " que teimam em nos "morder" e perseguir. Para isso é que servem as férias, belas férias. Praia, pesca, ar livre...
Venda de obras
Quero informar todas as pessoas que visitam o meu portfólio online, que podem adquirir as telas apresentadas na Galeria 57 (Leiria) ou na Galeria Domus Várius (Lisboa-Graça), permanentemente ou em futuras exposições pelo país. Caso pretendam comprar directamente a mim, devem indicar-me o nome completo e o NIF.