A arte é bela e a vida sem ela não tem sentido! Existe sensação melhor do que criar?
“Tudo aparece em tons de cinza, como memórias passadas. Memorias de um passado longínquo e ao mesmo tempo próximo e real. Consegue-se ver dor, sofrimento, castigo, solidão, clausura…
A casa não é mais do que uma ruína, também ela uma memória, o “resto” de um exuberante edifício. As pedras da parede e o seu pórtico deixam-nos imaginar a sua imponência! Em primeiro plano, surge-os uma figura vestida de branco. Talvez um paciente, um louco que nos sorri e nos convida a entrar no seu mundo de dor? Talvez um médico que nos mostra um mundo real, um mundo onde a mente humana mostra toda a sua insanidade? Provavelmente alguém… Alguém que esconde toda a dor e, sorridente, nos tenta enganar. Revela-nos uma felicidade aparente, mas convida-nos a entrar no seu mundo de loucura. À esquerda, uma figura feminina. Uma mulher envolta em cordas e seminua, que, num sinal de submissão e dor, se curva para a frente e baixa a cabeça. Um símbolo de opressão e sofrimento que nos volta a costas, tentando esconder esse seu lado da vida! O mesmo é representado pelas figuras femininas que se encontram dentro da porta do sanatório e na abertura da parede. Do lado direito da figura principal, encontra-se uma cadeira. Uma velha cadeira de madeira empenada com as costas voltadas para o doente… Não se pode sentar, não pode descansar. Movimento, dor e trabalho constantes, representados pelo sobretudo que se encontra nas costas da cadeira. O casaco foi despido para não voltar a ser vestido. Do lado direito, por trás da cadeira, encontra-se outra figura feminina. Esta, não está amarrada nem mostra sinais de violência, mas encontra-se solitária… Solitária numa casa cheia de pessoas, solitária na sua loucura… Agachado em cima das ruínas, encontra-se uma figura masculina. Um homem maduro, que estando solitário, também, coloca os pés no objecto do seu martírio, como símbolo de desprezo pela instituição o enclausurou! Como fundo, a sair do breu, uma figura andrógina , apenas um rosto, um grito… Alguém que se contorce, talvez devido ao sofrimento, talvez a um ataque de esquizofrenia… “